Imagina se teu pai, tua mãe, se todo mundo te ensinasse, desde criança, a ficar longe de sexo... imagina se desde pequeno você aprendesse que sexo faz mal, vicia, mata ou no mínimo destrói tua vida... Enfim, imagina que mesmo tendo aprendido assim durante a vida inteira, um dia você resolvesse experimentar, só para matar a curiosidade (já que algumas pessoas, ao contrário da tua mãe e teu pai, diziam que sexo é "o maior barato"...).
Anormalidades à parte, você naturalmente gostaria ou gostaria muito do tal "sexo proibido" e, na segunda vez que deparasse com a possibilidade, com certeza iria querer de novo. Na primeira vez, provavelmente pensaria: "só vou experimentar, só hoje e nunca mais"... na segunda vez, diria "só mais essa"... e nas próximas vezes seguiria repetindo "ah, mas eu paro quando quiser, pois tenho total controle sobre mim mesmo/a".
Com drogas, geralmente, acontece exatamente assim. Para viciar em qualquer coisa, basta essa coisa te dar muito prazer; e dependendo do tamanho desse prazer, a segunda vez será irresistível (por pior que falem da coisa). Não tem como conhecer "o céu" sem querer voltar pra lá de vez em quando... ou sempre.
Assim como tem gente que não gosta de sexo, enquanto outros são compulsivos e "só pensam naquilo", também tem quem experimenta droga e não gosta; outros não gostam tanto a ponto de viciar, mas o problema é que - muito mais comum - é o fato das pessoas gostarem muito, tanto de sexo quanto de drogas.
Drogas como heroína, por exemplo, tem poder muito maior de viciar muito rápido, e a dependência física também se instala com a mesma rapidez (nas primeiras doses). Mas, até as que não são tão destrutivas, também podem estragar tua vida em pouco tempo, tudo vai depender, primeiro, da identificação pela droga, pelo prazer que ela te dá. Não tem como não querer de novo - algo que tenha te deixado melhor, ou algo que tenha feito você sentir-se melhor do que era antes de tomar, cheirar, fumar, inalar... Portanto, a melhor política é nunca experimentar. A gente não pode saber se vai gostar tanto, antes da 1ª vez, então pra que se arriscar a depender do que, no começo, pode te deixar melhor do que era, pra depois te obrigar a continuar, apenas para ficar "normal" como era?
Mesmo no caso de drogas que não matam ou não fazem tão mal, mesmo no caso da maconha, é melhor nunca experimentar, pois até essa erva, que em alguns casos pode servir inclusive de remédio, também pode prejudicar bastante. Se você experimentar e acabar gostando muito, a ponto de querer fumar todo dia, toda hora, vai emburrecer, vai afastar-se das pessoas que não fumam, vai parar de estudar, vai engordar muito (caso já tenha alguma tendência), tua memória será prejudicada... enfim, entre outros sintomas, quem fuma com muita freqüência acaba ficando irritado e agressivo por pouca coisa, quando não 'tá doidão... Então pra que experimentar? melhor deixar a curiosidade passar.
É claro que tem quem passe a vida usando algum tipo de droga, sem nunca perder o controle, mas essa não é a regra. Eu, por exemplo, um dia também experimentei "umas coisas", achando que tinha total domínio da situação e poderia parar quando quisesse, mas demorou muito para entender que nunca tive controle, e só eu sei como foi difícil parar, depois de achar que não teria problema nenhum - só experimentar.
Samuel Frent
www.frent.info
16/06/2005